“A natureza está secando”: quilombo no Marajó vive impactos do arrozal e clima de violência

SEJAM TODOS BEM-VINDOS!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

MARAJÓ - poeta marajoara Itamar Vasconcelos Jr.

MARAJÓ

Sou marajoara
De corpo de barro

Minhas veias são rios
E meu sangue é doce
Transfigurado em lendas
De pele queimada
De corpo suado

Sou dos campos
Moro nas florestas

Sou dos Marajós
Como bem diz Pacheco

Sou peixe, búfalo
Açaí, leite e borracha

Filho de Duarte
De Ponta de Pedras

Sou de Chaves
Soure e Melgaço
Sou dos lagos
Sou fauna e flora
Sou margem
Sou Joanes

Marinatambal
 *
Itamar de Vasconcelos Ribeiro Jr. - nascido no município de MELGAÇO em 08 de Agosto de 1986, desde pequeno é apaixonado pelos livros, Foi no teatro que Zack, como é conhecido, destacou-se em sua vida estudantil, criando peças magistrais que retratam  seu ponto de vista sobre a vida. Morou dois anos em Belém, onde conseguiu produzir um grande número de poesias já com uma perspectiva puramente social, nunca deixando de lado suas raízes e o orgulho que sente ao dizer que é marajoara. Sua poesia pulsa intensamente denunciando o descaso a que muitas vezes o ribeirinho marajoara é relegado. Seus versos, de um lirismo incontido, mostram as mazelas sociais às quais nosso povo está submetido, mas também revelam as belezas naturais e culturais do encantador arquipélago marajoara. Fonte: IV Antologia Literária do Marajó.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Ver-o-Peso da Verdade!

Blog do poeta Paulo Guedes: Ver-o-Peso da Verdade!: Acaba a noite e começa a gritaria: - “olha o cheiro, cheiroooso”... Eu nunca vi tanta correria: - “tome açaí... É gostoooso”... Égu...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Bufalinos Peregrinos - Marcos Quinan



Bufalinos Peregrinos

Nasceram das ondas altas
No escuro que era breu
Num mar demais profundo
Que o mundo desconheceu

Quando a morte os afundou
Ficaram suspensos no ar
Luzindo os brilhos seus
Eram duas réstias de luar

Chegaram no Marajó
Dentro dum encantamento
Sem saber qual a direção
Havia em cada momento

Bufalinos peregrinos
Vagaram sem direção
Misturando seus lamentos
Com qualquer imensidão

Bufalinos peregrinos
Quando olham para o mar
Não esquecem o encanto
Que um dia os viu chegar
*
Autor: Marcos Quinan - escritor, poeta e compositor, dramaturgo e artista plástico, fotógrafo, produtor e agitador cultural brasileiro.

Fonte:http://vaqueiromarajoaraencantariaschulase.blogspot.com.br/2009/08/bufalinos-peregrinos.html

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Uma Luz no rio - Walcyr Monteiro

UMA LUZ NO RIO

Mistérios e mais mistérios povoam os lagos, igarapés, furos e paranás, bem como toda a floresta amazônica. Seres fantásticos habitam  estes lugares, desafiando a coragem dos mais audazes, que muitas vezes, pálidos de pavor, ficam mudos diante do inexplicável. Os que duvidam às vezes vivenciam fatos que, depois, temem contar, não querendo parecer mentirosos, principalmente se são habitantes das grandes cidades. Mas os povos da floresta e os ribeirinhos já estão acostumados com as histórias de encontros com tais seres fantásticos ou encantados...Existem mesmo os que aceitam dividir o espaço, pois, afinal, Deus criou o mundo para todos e não somente para os humanos...
D. Luzia Chaves Almeida, natural de Afuá (Marajó-Pará), conta esta história que bem demonstra que há lugar para todos no mundo...

- Decorria a década de quarenta.
D. Carolina e seu Sabino moravam no rio Tartaruga, em Afuá, e gostavam muito de viajar por um outro rio chamado Vieira, pela beleza das paisagens. Não tinham hora: viajavam de manhã, de  tarde, de noite, enfim, a qualquer tempo que lhes desse na cabeça, lá saíam passeando pelo rio.
Uma noite de sexta-feira estavam dando seu passeio, quando viram uma luminosidade no rio vinda em sentido contrário.
Não era uma embarcação: isto eles conheciam de longe, ribeirinhos que eram. Fixaram a vista e lá vinha aquela luz por cima do rio. D. Carolina começou a ficar com medo e seu Sabino continuou absolutamente calmo, como se nada estivesse acontecendo.
À medida que a luz se aproximava, mais D.Carolina temia e foi apavorada que viu do que se tratava.
- É uma cabeça de fogo...! gritou para o marido.
Lá estava aquela coisa horrível: uma cabeça humana, ardente. separada do corpo, dentro de uma grande cuia, tendo como que a protegê-la de possível chuvisco um grande guarda-chuva. Ia seguindo a correnteza, descendo o rio.
Seu Sabino continuou a remar como se nada visse. Apenas D. Carolina horrorizada, olhava aquela cena insólita de uma cabeça toda em chamas navegando na cuia!
Passou ao lado - D. Carolina quase desmaiada de susto - e desapareceu na noite...
D. Carolina inquiriu o marido!
- Mas homem, que negócio horroroso é este?
- É uma cabeça de fogo, como disseste!
- Sim, mas o que é isto de cabeça de fogo?
- A cabeça de fogo é fadista, ou seja, carrega um fado com ela.Toda noite de sexta-feira tem de sair numa cuia descendo o rio. Este é o seu fado, a sua sina.
- E tu não tiveste medo?
- Eu não! Nem um bocadinho! Por que haveria  de ter? Afinal, eu ia na minha viagem e ela na dela...

É isto aí,leitor! Se numa noite de sexta-feira você estiver viajando pelos rios amazônicos, principalmente os afluentes e sub-afluentes do rio Amazonas na sua foz, e, de repente, enxergar uma luz no rio, não tenha medo: pode ser uma cabeça de fogo! Deixe ela pra lá: siga sua viagem, e ela seguirá a dela, não lhe assombrando nem lhe fazendo nenhum mal...Estará apenas cumprindo a sina dela...!
*

WALCYR MONTEIRO, nasceu em Belém do Pará. Professor de níveis médio e superior, jornalista profissional, funcionário público estadual, tendo ocupado funções destacadas, entre as quais presidente do Instituto de Terras do Pará - ITERPA. Membros de diversas entidades culturais como Instituto Histórico e Geográfico do Pará e Centro Paraense de Estudos do Folclore(presidente deste último).  Tem vários trabalhos publicados, inclusive em Portugal(Instituto Piaget) e no Japão(Shinseken), dos quais se sobressaem Visagens e Assombrações de Belém, As incríveis Histórias do Caboclo do Pará e a série, Visagens, Assombrações e Encantamentos da Amazônia.

sábado, 8 de novembro de 2014

domingo, 19 de outubro de 2014

Cabocl@rtes 67


Mulheres africanas - acrílica sobre painéis 20x50

Abaixo,lindas poesias de Anilton Levy, para a África



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O BOTO NÃO É ISCA!

Amazônia Acontece: PROTEÇÃO ANIMAL MUNDIAL: O boto cor-de-rosa é curioso e gosta de brincar, mas está sendo tratado com crueldade nos rios da #Amazônia . Lá, espécie é caçada ...

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Cabocl@rtes 66

Luar - óleo sobre painel 30 x 40, releitura de uma foto

Luar
Naquele tempo não existiam  estrelas ou lua. E a noite era tão escura que todos se encolhiam dentro de casa. Na tribo, só uma índia não tinha medo. Ela era uma índia clara e muito bonita, mas era diferente das outras e por ser diferente nem um índio queria namorar com ela, e as índias não conversavam com ela. Sentindo-se só,começou a andar pelas noites. Todos ficavam surpresos com aquilo, e quando ela voltava, dizia a todos que não havia perigo. Mas havia uma outra índia feia e escura que ficou com inveja da índia clara. E por isso tentou sair uma noite também, mas não conseguiu enxergar na escuridão e tropeçou nas pedras, cortou os pés nos gravetos e se assustou com os morcegos. Cheia de raiva foi conversar com a cascavel - cascavel, quero que morda o calcanhar da índia branca, para que ela fique escura, feia e velha e que ninguém mais goste dela. Na mesma hora a cascavel se pos a esperar a índia clara. Quando ela passou, deu o bote. Mas a india tinha os pés calçados com duas conchas e os dentes da cobra se quebraram. A cobra começou a amaldiçoá-la e a índia perguntou porque ia fazer aquilo com ela. A cascavel respondeu: - porque a índia escura mandou. Ela não gosta de você e quer que você fique escura, feia e velha. A índia branca ficou muito triste com tudo aquilo. Não poderia viver com pessoas que não gostassem dela. E não aguentava ser diferente dos outros índios, tão branca e sem medo do escuro. Então fez uma linda escada de cipós e pediu para que sua amiga coruja a amarrasse no céu. Subiu tanto que ao chegar ao céu estava exausta. Então dormiu numa nuvem e se transformou num belíssimo astro redondo e iluminado. Era a lua. A índia escura olhou pra ela e ficou cega. Foi se esconder com a cascavel em um buraco. E os índios adoraram a lua, que iluminava suas noites, e sonharam em construir outra escada para poder ir ao céu encontrar com a bela índia. Fonte: Lendas e Folclores

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Cabocl@rtes 65

CURUPIRA - Painel tamanho 48x38 cm confeccionado em Juta, pintado com tinta de tecido, com aplicações de sementes regionais e palha trançada.

O folclore brasileiro é rico em personagens lendários e o Curupira é um dos principais. De acordo com a lenda, contada principalmente no interior do Brasil, o Curupira habita as matas brasileiras. De estatura baixa, possui cabelos avermelhados (cor de fogo) e seus pés são voltados pra trás. A função do Curupira é proteger as árvores, plantas e animais das florestas. Seus alvos principais são os caçadores, lenhadores e pessoas que destroem as matas de forma. Para assustar os caçadores e lenhadores, o Curupira emite sons e assovios agudos. Outra tática usada é a criação de imagens ilusórias e assustadoras para espantar os "inimigos das florestas". Dificilmente é localizado pelos caçadores, pois seus pés virados pra trás servem para despistar os perseguidores, deixando pegadas e rastros falsos pelas matas. Além disso sua velocidade é surpreendente, sendo que é impossível um ser humano alcançá-lo numa corrida.
Os contadores de lendas dizem que o Curupira adora pregar peças naqueles que entram na floresta. Por meio de encantamento e ilusões, ele deixa o visitante atordoado e perdido, sem saber o caminho de volta. O Curupira fica observando e seguindo a pessoa, divertindo-se com o feito.
Conforme a lenda, uma forma de fazer o Curupira feliz, é deixando pra ele na floresta alguns presentes, como alimentos, flechas e fumo.
Fonte: suapesquisa.com

*

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Cabocl@rtes 64

CANDOMBLÉ - Óleo sobre tela 24 x 35 releitura de Carybé

O candomblé é uma religião afro-brasileira desenvolvidas em terras brasileiras. Os seguidores dessa religião cultuam os orixás-divindades- e se consideram ligados a objetos, plantas e animais ancestrais. É uma religião criada em uma base que  podemos chamar de alma da natureza, podendo assim ser considerada uma religião anímica.
A dança tem papel fundamental na religião do candomblé, logo que é uma religião musical e culturalmente rica, é através da dança que o povo de santo cultua e homenageia seus orixás.
Ler mais  em http://www.wikidanca.net/wiki/index.php/A_Dan%C3%A7a_no_Candombl%C3%A9

domingo, 17 de agosto de 2014

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

VIA AMAZÔNIA

VIA AMAZÔNIA : INICIO: 40ª EDIÇÃO  PELAS ÁGUAS DOS RIOS  DA AMAZÔNIA Os meio de transporte dos ribeirinhos nas águas dos rios da Amazônia, com  ...

terça-feira, 1 de julho de 2014

VIA AMAZÔNIA : TURISMO

VIA AMAZÔNIA : TURISMO:                         Alter do Chão na cheia           Mostra uma natureza linda e diferente com muitas opções de lazer e eco turismo ...

VIA AMAZÔNIA : Gastronomia: Frutas

VIA AMAZÔNIA : Gastronomia: Frutas: Frutos da Amazônia entrarão em campo na Copa do Mundo Entre junho e julho, pelo menos 15 frutos nativos da Amazônia estarão em período de...

quarta-feira, 11 de junho de 2014

CABOCL@RTES 63

AFRICANAS - Óleo s/tela 40 X 60



...Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita
Mas à outra eu quero bem!

O sol faz tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!

(trecho de "A Canção do Africano", de Castro Alves, poema escrito em 1863 - o poeta nasceu na Fazenda Cabaceiras, no estado da Bahia)

CABOCL@RTES 62

ZUNGUEIRAS (releitura)- óleo s/tela 25X35


A ZUNGUEIRA

O miúdo nas costas, faminto
O sol queimando
O sol assando
O miúdo nas costas, faminto de alimento
As moscas acariciando-o
E o lixo distraindo-o!

A zungueira zunga, cansada
Na cabeça, o negócio, o sustento
E nos pés empoeirados
O cansaço dos quilômetros galgados
O cansaço da distância percorrida
A zungueira zunga, o miúdo nas costas faminto!

......veja mais em http://www.minhaangola.org/#/decio-bettencourt-mateus/4532062401

quinta-feira, 3 de abril de 2014

CABOCL@RTES 61

Canto Verde - óleo sobre painel 30 X 50
minha arte cabocla + poesias
    

VERDE CANTO

Verde é meu canto
vivo muiraquitã de amor talhado
na pedra da existência e pendurado
no invisível pescoço do amanhã.



Verde é o meu pranto
musgo a crescer nas fendas seculares
abertas pelas mãos da malquerença
na história carcomida deste chão



Verde é o veneno
que escondo na palavra - jararaca
furtivamente oculta entre a folhagem
no emaranhado chavascal de mim.

Autor: Antonio Juraci Siqueira

*Poeta marajoara, de Cajary, município de Afuá. Licenciado em Filosofia pela
UFPA, pertence a várias entidades lítero-culturais e atua como professor de 
Filosofia, oficineiro de Literatura, performista e contador de histórias.


quarta-feira, 2 de abril de 2014

Merengue Latino - Compositor:RONALDO SILVA - Voz Maria Lidia

Merengue Latino interpretado pela cantora paraense Maria Lídia. Letra de Ronaldo Silva, marajoara, compositor, percussionista, cantador e pesquisador. Desenvolve trabalho voltado para o fomento e valorização das linguagens e ritmos da Amazônia brasileira. Idealizador e fundador do Grupo Arraial do Pavulagem,
Desenvolveu trabalho como sociólogo em instituições públicas. Trabalhou em pesquisa sobre o boi-bumbá, pássaro junino e cordão de bichos em Belém, Mosqueiro e Icoaraci, que resultou em um álbum musical intitulado "Folguedos Populares do Pará". Participação na pesquisa sobre Folias do Marajó, de Cachoeira do Arari-Pa, uma parceria do Arraial do Pavulagem com o Instituto de Artes do Pará. Já gravou alguns discos com o Arraial do Pavulagem e outros solos.

 do

sexta-feira, 21 de março de 2014

Marrecas no curral 2


Fazenda Tucunarezinho - Cachoeira do Arari - Marajó - Pa.

Na ilha do Marajó encontramos muitas espécies de pássaros,e entre elas o que se vê abundantemente no inverno, são as marrecas.

Segundo a Wikipedia, a marreca-cabocla é uma espécie de marreca presente em quase todo o continente americano, comum na AMAZÔNIA BRASILEIRA. Tais aves chegam a medir até 48cm de comprimento, com dorso ferrugíneo, fronte cinzenta, barriga negra, asas com grande mancha branca visível em voo, bico e pés vermelhos. Também são conhecidas pelos nomes de: asa branca, marajoara, marreca-grande-do-Marajó e paturiaçu.

Veja mais imagens:

Marrecas nos campos

quinta-feira, 20 de março de 2014

Águas de Março - Antonio Juraci Siqueira


ÁGUAS DE MARÇO

Disputando lugar com canaranas
a vida amanhece de bubuia
entre fome e febres...

Em cima de mutás e de marombas
um resto de esperança ainda espera
a Arca de Noé...

O pio de um chincoã rasga o silêncio
enquanto um cão panema espia o tempo
vazando sem querer, gota após gota.

O rio se torna mar...
É tanta água
é tanta solidão
é tanta mágoa
que alaga corações
que alaga mentes
que alaga as iusões
 remanescentes. 

Sabendo-se embiara do destino
que rege o rio e a si, o ribeirinho
se torna maleável como o barro
para resistir às leis das águas.

É o rio a correr dentro da vida,
é a vida a morrer dentro do rio...

Antonio Juraci Siqueira
*


quinta-feira, 6 de março de 2014

CABOCL@RTES 60

Flores - óleo sobre mini telas tam 16 X 24


CANTO DE AMOR E PAZ

Meu canto hoje quer descanso,
quer sossego de remanso,
cadência de maresia;
quer dengo e chuva fina,
trinado de sururina
saudando o nascer do dia.

Meu canto hoje só precisa
do sopro leve da brisa
para sem peias voar;
não quer a força do vento,
o poder do pensamento
nem as funduras do mar.

Em vez de peso do malho,
quer a carícia do orvalho,
quer a candura da flor;
não quer suor, não quer briga,
quer a paz de uma cantiga
e um simples gesto de amor.

*
Autor: Antonio Juraci Siqueira, poeta marajoara de Cajary, município de Afuá. Possui mais de 80 títulos individuais publicados, entre folhetos de cordel, livros de poesias, contos, crônicas, literatura infantil, histórias humorísticas e versos picantes. Colabora com jornai, revistas e boletins culturais de Belém e de outras localidades, além de contar com mais de 200 premiações literárias em vários gêneros, em âmbito nacional e local.


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cachoeira do Arari - Marajó - Pará - Brasil

 ARARI

Arari! Arari!

Há uma lesma
grudada na epiderme da manhã
olhando o tempo a bubuiar no rio
Onde boiam lembranças de Dalcídio
ao lado de saudades de Giovanni

Arari! Arari!

Onde as araras
que entre penas e ais ora carregas
no ninho tipitinga da memória?

Onde canta, Arari, a cachoeira
oculta entre pedras e barrancos
da pauta (i)navegável do teu nome? 

Arari! Arari!

Hoje, entre brumas,
envolto em véus de sonhos e lembranças
aguardo a chuva visitar teus campos
vitalizando as flores do devir

Autor: Antonio Juraci Siqueira, poeta marajoara.