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segunda-feira, 14 de maio de 2012

CABOCL@RTES 26

Tambores - óleo sobre tela 30 x 50


Tambores são tão ancestrais quanto o próprio homem. Os primeiros foram criados e


 manuseados ainda na Pré – História, com o objetivo de cultuar Deuses e como forma de 


agradecer a comida conseguida por meio da caça aos animais.

Milênios se passaram e centenas de representações religiosas ou espirituais foram criadas


de acordo com a cultura e a cosmovisão de cada povo, de cada etnia, principalmente de


 acordo com os padrões sócio – econômicos de cada época. Imagens, cerimônias, mitologia,


 liturgias, símbolos, tambores, chocalhos e atabaques, são expressões da arte na


 religiosidade e na espiritualidade.

O homem pré – histórico acreditava que a pele de sua caça esticada em troncos de arvores


 reproduzia o choro do animal morto. E foi com esse sentimento de gratidão que passou a


 consagrar a morte de sua caça. Pode – se dizer que esse foi um dos princípios da 


manifestação religiosa do homem e a origem dos tambores. O toque do tambor revela a arte


 de conectar – se com a Mãe Terra e com nosso eu interior, sintonizando nosso coração ao


 coração dela, e de viajar ao mundo do invisível, constatando nossa ancestralidade e todos os


 reinos da Natureza.

Os tambores são utilizados desde as mais remotas eras da humanidade. Acredita – se que


 os primeiros tambores fossem troncos ocos de arvores tocados com as mãos ou galhos


. Posteriormente, quando o homem aprendeu a caçar e as peles de animais passaram a ser 


utilizadas na fabricação de roupas e outros objetos, percebeu – se que ao esticar uma pele


 sobre o tronco, o som produzido era mais poderoso. Pela simplicidade de construção e


 execução, tipos diferentes de tambores existem em praticamente todas as civilizações


 conhecidas. A variedade de formatos, tamanhos e elementos decorativos dependem dos


 materiais encontrados em cada região e dizem muito sobre a cultura que os produziu. São


 típicos nos cultos afro – brasileiros; na dança, nos pontos cantados, no transe.

Em sua fase mais primitiva, a manifestação religiosa do homem tinha como base principal o


 contato com as divindades – o transe.

A musica e a dança sempre foram os principais feradores dessa comunicação com os


 Deuses. Alguns historiadores e antropólogos do século vinte destacaram a idéia de que a


 maneira utilizada para se chegar aos conhecimentos místicos em religiões primitivas, esteve


 sempre associada ao êxtase ( o transe ) provocado pelo toque do tambor. Esse instrumento


 seria então o responsável pela comunicação entre o homem e as divindades – seres


 responsáveis pelo comando da Natureza em nosso planeta.

Mesmo nas religiões mais antigas, o toque dos tambores também foi utilizado não somente


 para o culto às divindades, mas também como forma de manter contato com os espíritos dos


 mortos.

*
Fonte: Revista Espiritual de Umbanda

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