“A natureza está secando”: quilombo no Marajó vive impactos do arrozal e clima de violência

SEJAM TODOS BEM-VINDOS!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

CABOCL@RTES 27


PAINEL 70 x 50 em juta, com motivos marajoaras, pintados à mão, com aplicação de sementes regionais, corda de sisal e acabamento com trançado de palha. Ao centro o Muiraquitã, que é considerado objeto sagrado, e acredita-se que traz felicidade, sorte, e também cura a quase todas as doenças a quem o possui.

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sábado, 26 de maio de 2012

ACADEMIA DO PEIXE FRITO: ILHA DO COATI: O MARAJÓ COMEÇA AQUI

ACADEMIA DO PEIXE FRITO: ILHA DO COATI: O MARAJÓ COMEÇA AQUI: PATRIMÔNIO NATURAL MUNICIPAL DO RIO MARAJÓ-AÇU (proposição aos legisladores do município de Ponta de Pedras). Aos Conterrâneos pontape...

sexta-feira, 25 de maio de 2012

FESTA DE CONFRATERNIZAÇÃO - IDGSS



A Irmandade dos Devotos do Glorioso São Sebastião, tem a  honra de convidar você, sua família, devotos, amigos e conterrâneos marajoaras, para participarem dessa linda festa de confraternização. Na ocasião será rezada a Ladainha ao Glorioso, pela comissão de foliões vindos de Cachoeira do Arari, para a 11ª Peregrinação em Belém.

DIA: 03 de Junho de 2012, domingo de 09 às 18hs

Local: CASOTA

ENDEREÇO: Av. Pedro Álvares Cabral c/Júlio César

ATRAÇÃO MUSICAL: Jair Barbosa e Banda&Você

Mesa: R$ 35,00

CONTATOS:
Albertinho Leão 88216263

Mercês Cardoso 84011630

Fátima Pantoja 84264100

Ciete Leão 84779734

 SUA PRESENÇA É MUITO BEM-VINDA!

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sábado, 19 de maio de 2012

TEMPO DE MENINO - Dalcídio Jurandir

TEMPO DE MENINO


Asa de garça
passou por cima de minha cabeça ao entardecer...
Chuva encheu a lagoa.


Me lembro de Cachoeira
ao entardecer, no tempo do inverno
O quintal da casa, cheio d'água,
para minha alegria de menino levado,
doidinho pela água como filhote de pato brabo.
Alegria de brincar com meus navios de miriti
E de espantar as sardinhas.
Me lembro das piaçocas,
das marrecas,
Dos tuiuiús passando muito alto.
Indo embora para os lagos desconhecidos.
Me lembro daquele moinho de vento
Parado no meio das águas.
Montarias levando meninos para as escolas.
O velho Mané Leão, surdo e trôpego,
subia a torre da igreja para bater a ave-maria.
Gaviões, colhereiras, marrecas, piaçocas, tuiuiús
passavam por cima da igreja...
Eu não pensava nos reinos encantados
que há nos livros caros dos meninos ricos
(quando eu conhecia os contos de Perrault)
Sabia histórias que a Sabina, cria da casa, me contava,
Pensava nas canoinhas de miriti bubuiando nas águas,
nos matupiris que comiam os miolos do pão,
nos cabelos verdes da mãe d'água, nos choques dos puraqués,
no ronco dos jacarés, nos sucurijus que podiam vir buscar a gente
quando estivesse descuidada, tomando banho no quintal da casa...
(quando eu pensava nas fábulas de La Fontaine).
Eu tinha a Sabina, cria da casa,
Para me ensinar a linguagem dos bichos marajoaras.
E me mirava horas e horas, no espelho das águas,
E quando o vento vinha arrepiando as águas,
O meu retrato se arrepiava também, se desmontava,
[perdia,
o sério de um retrato bem tirado
para ser uma criatura que o vento bolia
nos espelhos das águas...


Não vejo mais nenhuma asa de garça...
Não vejo mais nenhuma paisagem de água e mururé
[em volta de mim


Infância, tempo de menino,
Sucuriju te levou p'ro fundo das águas
Com todas histórias de Sabina
As canoinhas de miriti, os cabelos da mãe d'água
O acalanto da rede no balanço bom demais que
[mamãe me fazia... 
É por isso com meu velho dicionário
Leio os contos de Perrault
E compreendo a fala dos bichos de La Fontaine.


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(Revista Terra Imatura, março de 1939)
Segundo Profª Marli Furtado, este poema apareceu pela primeira vez na Escola em 1935
Fonte:Casa de Cultura Dalcídio Jurandir
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sexta-feira, 18 de maio de 2012

DICIONÁRIO CABOCLÊS 7


-Tá esturando dezora!
São quase dez horas!

-Faz uns par de ano qui num vô lá...
Faz tempo que não vou lá...

-Tô canso de falá e ela num mi uvi.
Estou cansado de falar e ela não me ouve.

-Punho muito gusto nesse casamento.
Concordo,sou a favor desse casamento.

-Num tem iscundição, esbandalhô dé vez.
Não tem condições, esbandalhou (quebrou) de vez.

-Ele mé parti a cara dé vergonha.
Ele me envergonha.

-Num vem arrudiá, fala logo!
Não vem com rodeios , fala logo!

-Tu só qué sê o qui a fulhinha num marca!
Tu só queres ser o que a folhinha(calendário) não marca.
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FOTO: FAZENDA TUCUNARÉZINHO


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quinta-feira, 17 de maio de 2012

segunda-feira, 14 de maio de 2012

CABOCL@RTES 26

Tambores - óleo sobre tela 30 x 50


Tambores são tão ancestrais quanto o próprio homem. Os primeiros foram criados e


 manuseados ainda na Pré – História, com o objetivo de cultuar Deuses e como forma de 


agradecer a comida conseguida por meio da caça aos animais.

Milênios se passaram e centenas de representações religiosas ou espirituais foram criadas


de acordo com a cultura e a cosmovisão de cada povo, de cada etnia, principalmente de


 acordo com os padrões sócio – econômicos de cada época. Imagens, cerimônias, mitologia,


 liturgias, símbolos, tambores, chocalhos e atabaques, são expressões da arte na


 religiosidade e na espiritualidade.

O homem pré – histórico acreditava que a pele de sua caça esticada em troncos de arvores


 reproduzia o choro do animal morto. E foi com esse sentimento de gratidão que passou a


 consagrar a morte de sua caça. Pode – se dizer que esse foi um dos princípios da 


manifestação religiosa do homem e a origem dos tambores. O toque do tambor revela a arte


 de conectar – se com a Mãe Terra e com nosso eu interior, sintonizando nosso coração ao


 coração dela, e de viajar ao mundo do invisível, constatando nossa ancestralidade e todos os


 reinos da Natureza.

Os tambores são utilizados desde as mais remotas eras da humanidade. Acredita – se que


 os primeiros tambores fossem troncos ocos de arvores tocados com as mãos ou galhos


. Posteriormente, quando o homem aprendeu a caçar e as peles de animais passaram a ser 


utilizadas na fabricação de roupas e outros objetos, percebeu – se que ao esticar uma pele


 sobre o tronco, o som produzido era mais poderoso. Pela simplicidade de construção e


 execução, tipos diferentes de tambores existem em praticamente todas as civilizações


 conhecidas. A variedade de formatos, tamanhos e elementos decorativos dependem dos


 materiais encontrados em cada região e dizem muito sobre a cultura que os produziu. São


 típicos nos cultos afro – brasileiros; na dança, nos pontos cantados, no transe.

Em sua fase mais primitiva, a manifestação religiosa do homem tinha como base principal o


 contato com as divindades – o transe.

A musica e a dança sempre foram os principais feradores dessa comunicação com os


 Deuses. Alguns historiadores e antropólogos do século vinte destacaram a idéia de que a


 maneira utilizada para se chegar aos conhecimentos místicos em religiões primitivas, esteve


 sempre associada ao êxtase ( o transe ) provocado pelo toque do tambor. Esse instrumento


 seria então o responsável pela comunicação entre o homem e as divindades – seres


 responsáveis pelo comando da Natureza em nosso planeta.

Mesmo nas religiões mais antigas, o toque dos tambores também foi utilizado não somente


 para o culto às divindades, mas também como forma de manter contato com os espíritos dos


 mortos.

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Fonte: Revista Espiritual de Umbanda