“A natureza está secando”: quilombo no Marajó vive impactos do arrozal e clima de violência

SEJAM TODOS BEM-VINDOS!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

VER-O-PESO - Pelas lentes de Hely Pamplona


O Mercado do VER-O-PESO é um ponto turístico da cidade de BELÉM, situado às margens da baia do Guajará. O complexo do VER-O-PESO é formado pelos mercados de peixe e de carne, a estrutura é toda feita em ferro e foi trazida da Inglaterra. Em 1977 o complexo foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional - IPHAN.
O nome "VER-O-PESO" tem sua origem no periodo colonial, quando funcionava a Casa do Ver-o-Peso, onde eram conferidos os pesos das mercadorias e cobrados os respectivos impostos para a Coroa Portuguesa. É a maior feira livre da América Latina e abastece com uma variedade enorme de gêneros alimentícios e ervas medicinais das mais variadas espécies, vindos dos interiores paraenses.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

IPHAN lança: "Remando por Campos e Florestas: Memórias & Paisagens dos Marajós"


"A obra é o primeiro livro didático sobre o patrimônio cultural da região marajoara, destinado ao Ensino Fundamental, especialmente 5ª a 8ª série, hoje 6º ao 9º ano, e está organizada nos seguintes eixos temáticos: paisagens & passagens, história de vilas e cidades, patrimônio material e imaterial e narrativas fantásticas. São 22 textos produzidos por professores de escolas públicas marajoaras, destacando-se especialmente os municípios de Melgaço, Portel, Anajás, Ponta de Pedras, Muaná, Chaves, Cachoeira do Arari e Salvaterra.
O livro será distribuído para todos os autores e secretarias municipais de educação do arquipélago, assim como já está disponível no site http:// www.marajoara.com (texto do Iphan)

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A foto é do convite de lançamento, que me foi enviado, pena que estou impossibilitada de sair, mas, já visitei o site e li algumas páginas. Parabéns aos autores!!!

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"O PAU & CORDA DO CARIMBÓ ANO III"



REALIZAÇÃO GRUPO DE CARIMBÓ SANCARI


O PROJETO PAU & CORDA DO CARIMBÓ ANO III, ACONTECE NOS DIAS 26, 27 E 28 DE AGOSTO.
O EVENTO TEM COMO FINALIDADE HOMENAGEAR O DIA DO FOLCLORE E O DIA MUNICIPAL DO CARIMBÓ,RESGATANDO EM NOSSA COMUNIDADE E AO REDOR ,A IMPORTÂNCIA DE "DIVERSIFICAR , RESGATAR E PRESERVAR AS MANIFESTAÇÕES EXISTENTE NA COMUNIDADE

Programação

DIA 26/08 as 18:30 HS, ABERTO A COMUNIDADE EM GERAL.
• "AMOSTRA DE FILMES”
• RODA DE CARIMBÓ EM HOMENAGEM AO MESTRE VEREQUETE O NOSSO REI DO CARIMBÓ

DIA 27/08 COM INÍCIO AS 10:00HS
1-ENFEITAMENTO E ENTERRAMENTO DO MASTRO.
2-PALESTRAS SOBRE O MEIO AMBIENTE.
3-OFICINA DE RECICLAGEM.
4-OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO INFANTIL DE 03 A 14 ANOS.
5-OFICINA DE DANÇAS REGIONAIS E APRESENTAÇÃO.
6-RESGATE DE BRINCADEIRAS DE RODAS.
7-SHOW DE GRUPOS CONVIDADOS.

PODENDO HAVER MODIFICAÇÃO,NOS DIAS E HORÁRIOS.


GRUPOS CONFIRMADOS

•O SOM DO PAU ÔCO (FORMADO POR PROFESSORES,ALUNOS E MAESTRO DA FUNDAÇÃO CARLOS GOMES (AS 17 HS)

• BOI MALHADINHO DO GUAMÃ DA PASSAGEM PEDREIRINHA.
•GRUPO DE DANÇA DA COMUNIDADE
•CORDÃO DE PÁSSAROS O UIRAPURU
• GRUPO DE CARIMBÓ SANCARI.


DIA 28/08, INÍCIO AS 14 HS COM O SHOW DOS GRUPOS.
• UNIDOS DO PARAISO, “MESTRE CAZUZA”, DA CIDADE DE SANTA BARBARA."

• 17 :00 HS. GRUPO QUADERNA COM ALLAN CARVALHO E CICINATO

• GRUPO PARANATIVO DO BAIRRO DO BENGUÍ
• AS 16:00:00 HS, DERRUBAÇÃO DO MASTRO

CONTINUAÇÃO DO SHOW COM OS GRUPOS

• "OS FILHOS DA CULTURA"' E BOSCO GUIMARÃES
• GRUPO DE CARIMBÓ SANCARI E AMIGOS CONVIDADOS

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS PARA JUNTOS HOMENGEARMOS OS MESTRES QUE ESTARÃO PRESENTES EM NOSSA COMUNIDADE..

ENDEREÇO: AVENIDA MARQUÊS DE HERVAL-PASSAGEM ÁLVARO ADOLFO ENTRE AS TRAVESSAS CURUZÚ E ANTÔNIO BAENA (PEDREIRA)

PONTO DE REFERÊNCIA: PELA MARQUÊS (SEDE DO ALEGRIA)
PELA PEDRO MIRANDA (POSTO DE GASOLINA AO LADO DA LANCHONETE HABIB'S
INFORMAÇÕES PELOS FONES:91 32280949/96073410/84832195


Brincando de Vaqueiro!


Nas fazendas, as brincadeiras das crianças são diferentes das brincadeiras das crianças da cidade grande, lá os brinquedos delas são de verdade: o bezerro, o cavalinho, o porquinho, o patinho,o galinho, etc... Também  tem os de ossos do mocotó do boi, os de couro de boi, os de galho de pau, etc... a criatividade é tanta! Depois de muita atividades, uma boa caneca com leite de búfala, já tá pronto pra começar tudo de novo!

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Foto: de Diana Siqueira

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BOIS DE RÊDE


BOIS DE RÊDE - este nome é dado a uma certa quantidade de bois e vacas mansas, que são levadas até onde se encontra a malhada, para que sirva de guia e comando ao gado que serão trazidos para o curral da fazenda para que sejam trabalhados (ferra,castração,vacina,...)
Na foto vemos uma autêntica marajoara (minha prima Lourdes) no trabalho de sua fazenda, enfrentando tudo que um vaqueiro pode encontrar a caminho do campo, saudades das vezes que eu também a acompanhava!

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Foto de Thiago Dias

Fazenda Tucunarezinho
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sábado, 20 de agosto de 2011

BOI ARISCO - Batuque Marajoara


O dia-a-dia do vaqueiro marajoara, está contido na letra da música "BOI ARISCO" de autoria de João Rodrigues Viana.
Na foto os vaqueiros da Fazenda Tucunarézinho fechando uma malhada (juntar o gado num determinado lugar).Imaginem o calor sob o sol escaldante e sem nenhum abrigo,vejam a distancia do mato (floresta). O trabalho começa geralmente 6:00  hs e só retornam por volta de 16:00 hs tangendo o gado até o curral, onde será feito o trabalho (embarque, ferra, castração, etc...)
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BOI ARISCO - Batuque Marajoara


Oh! Vera boi do carobal
Pronta o laço seu mano
Não deixa o boi espirrar

Fecha a malhada, tira a corda, lamba o velho
Se garanta companheiro não deixa o boi espirrar
Balança o laço da tua corda de relho
Deixa o boi ficar foveiro pra jogar no atravessar

Não tenho medo nem que seja boi arisco
Basta que tenha pra isso na companha um fechador
Estando montado no meu cavalo "Corisco"
Abuso de qualquer bicho inda que seja lavrador

Fique sabendo que seu Fidélis não mente,
Se ele diz é porque sente o prazer de vaquejar.
Se duvidar e quiser ver que experimente,
No "Corisco" do pé branco ele está pronto pra provar.
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Letra da Música do livro Ferra nas Fazendas
Foto: Meu sobrinho Thiago

Fazenda Tucunarezinho

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terça-feira, 16 de agosto de 2011

CORAÇÃO DO MARAJÓ


CORAÇÃO DO MARAJÓ

Venham chegando mais pra quê?
Quem quiser pode vir, pra ver
Vem conhecer Cachoeira do Arari
Você vai conhecer terra de Dalcídio Jurandir

Quem é o coração do Marajó?
É Cachoeira!

Moreno e morena queimados de sol?
Tem no Marajó!

São Sebastião sagrado esperado na porteira
É fé, é folclore, é religião
Lá em Cachoeira

Nas águas tranquilas do rio Arari
Cobra grande passeia
Vai até a flor do Anajás em noite de lua cheia
Volta pela Jutairana,pescador tá pescando
Tem boto boiando
O sol aparece e a lua sumiu
E a cobra grande adormece no leito calmo do rio.
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Composição: Onete Gama
Gravação: SANCARI
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CABOCL@RTES 12


Bolsa feita em veludo,tam 21x18, com aplicações de motivos marajoara feito em ponto cruz.
O bordado é exclusividade Conce Avelar.

CABOCL@RTES 11


Bolsa feita em couro sintético, tam.23x22, com aplicações de trançado de palha, casca de coco e contas de madeira.

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sábado, 13 de agosto de 2011

Poeta Marajoara Antonio Juraci Siqueira - Homenagem aos Pais


SORTE MAIOR
Muitos tem sorte na vida:
sorte que vem e que vai,
sorte no amor, nos negócios
e sorte que a sorte atrai
Mas, que qualquer criatura,
a mais sublime ventura
é a sorte de ter um pai

Um pai-herói, carinhoso,
pai-amor, pai-segurança,
pai de cabelos grisalhos
que continua criança,
paizão de face enrugada
que traz na mão calejada
a semente da esperança!

Todo pai, em prol dos filhos,
vai à luta com denodo;
sua aparente dureza
não passa de mero engodo:
dê-lhe um abraço apertado
e um cafuné demorado
que ele se derrete todo!

Ter pai é sorte maior,
sorte que não se dilui!
Pai é centelha divina
por isso a gente conclui:
pai é rio na reponta
e quem tem não se dá conta
da fortuna que possui!

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Antonio Juraci Siqueira
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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O HOMEM QUE IMPLODIU - Giovanni Gallo


"Este não é um conto de ficção. É a história autêntica de um homem qualquer que teve de enfrentar o dia-dia de todos com lances de alegria, sonhos, luta, entusiasmo e decepções, para acabar enterrado numa situação estúpida e triste. É a história da minha vida. A escreví para que a verdade seja conhecida, a fim de evitar que outros possam ser destruidos como eu fui".
Giovanni Gallo
Cachoeira do Arari, Marajó, Brasil, 1996

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Dicionário CABOCLÊS 4


Vamu indo qui vai vim um pampero daquele...
Vamos indo que vem uma chuva daquelas.....

Us campu tão discunforme de água...
Os campos estão com muita água...

Eu já devu tá im riba duns 60 janero...
Eu já devo estar com uns 60 anos...

É uma modinha a modo lamentosa...
É uma música triste....

Vu matutá premeiro...
Vou pensar primeiro...

U piquenu mi cinzô......
O pequeno sumiu que nem ví...

Fizeru mocó pra ele....
Fizeram feitiço pra ele....

Guá! Vute cobra d'água...
Égua! vai-te cobra d'água...

Agora tá dificurtoso pra nós caçá.....
Agora tá difícil pra nós caçarmos....

Eu tú na cumpanha dé Deus....
Eu estou na companhia de Deus...

Tá muito mitido, inté parece que ficú abastusu....
Tá muito soberbo, até parece que ficou rico....

Qui mulhé danada, dubrú o homi....
Que mulher danada, dominou o homem.......

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(foto de pescadores no rio Arari)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Liz Carla Silva Castro - POETISA MARAJOARA


A poetisa nasceu na cidade de SOURE, no dia 08 de Julho de 1986.  É sócia fundadora do CPOEMA e integra a Diretoria Executiva do Clube desde 2005. É professora efetiva da Rede Municipal de Ensino e aluna do Curso de Letras, habilitação em Língua Inglesa, pela UFPA.




CONTEMPLAÇÃO MARAJOARA

Ilha quase selvagem
Por atabaques és embalada
Retumba o estrondo na paisagem
E estremece a passarada

Belezas e mistérios se confundem
Ante o tropel de teu carimbó
Lendas e costumes se infundem
No caboclo do nosso igapó

Rolam rumorosas saias
Derrama-se aroma típico no ar
Cantamos aos manguais tuas praias
A grandeza do meu Pará

Na pujança do vaqueiro
A vida parece parar
O tempo a correr brejeiro
Como areias finas no galope do ar

Nos vastos campos cavalgo
O meu gado a contemplar
Quanto mais estradas, mais algo
De deleite me prende a este lugar
Encolhida e sonolenta

A lua no verdor do inverno
Adormece com a chuva violenta
Que deita em lágrimas seu brilho eterno

O pescador resvala sua canoa
No colo de borrascosos rios
E a natureza intrépida o abençoa
Dando-lhe peixes frios

Arbustos frondosos ao longe dançam
Numa indescritível sedução
E arrastados, abaixo se lançam
Pela pororoca em ação

Meu Marajó! Deixe-me provar do teu tacacá
Põe-me ébria de teu açai
Toque-me os versos de teu siriá
Mas não me deixe daqui sair

Suave perfume de mulher-fantasma criaste
Faróis da boiúna acendeste
Língua indígena tu falaste
A ser soberano aprendeste

Reinas, reinam teus guarás em quilômetros quadrados
Do nascer ao por do sol
Remansos e encantos por todos os lados
Rítmo e esplendor no fulgir do arrebol

Marajó, tu és fortaleza a vigiar
Do rio Amazonas as águas
Chamam-te anteparo do mar
Por pousarem em tí correntezas alvas

Ilha que endeusa a região amazônica
Aqui jaz fortes traços artesanais
No acorde de tua sílaba tônica
Encontro meus laços culturais.
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I Antologia Literária do Marajó


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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

LINGUIÇA - comida típica marajoara



Linguiça - tipicamente marajoara, feita com carne de búfalo ou gado comum, gorda, cortada em pedaços bem pequenos, temperada com limão, sal e pimenta do reino, deixando pegar bem o tempero, depois é só embutir em tripas préviamentes limpas, sopradas e secas ao sol. Nas fazendas, depois de cheias são colocadas em uma vara,como na foto de cima e levadas ao sol, para que fique bem sequinha, hoje em dias se conserva no gelo ou geladeira para que se consuma bem fresquinha assada na brasa. É uma delícia!!!



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Fotografia de Marli Braga Dias

Max Barbosa Gomes - POETA CACHOEIRENSE!


Max Barbosa Gomes,nasceu em Cachoeira do Arari em 20 de março de 1972, filho de Benedito Gomes, vaqueiro e de Valéria da Conceição, dona de casa. Estudou em escolas públicas de seu município. É Licenciado Pleno em Pedagogia pela UFPA. Ocupa funções de Coordenador Pedagógico das escolas municipais e é Técnico da Rede Estadual de Ensino.

MARAJÓ
Nos encontros pesqueiros;
Nas boiadas vaqueiras;
Nas águas trincheiras;
Nos campos matreiros.

É madrugada...

No casco o pescador
Conserva sua tradição
Bate o caniço n'água
Para dos peixes
Chamar atenção

Ou então...

Tarrafas e redes
Nos rios a se estender,
Nos pontos de peixes
Conhecidos pelo
Seu talento e saber

É madrugada...

Vacas leiteiras...
Leite abundante
Trabalho no campo
No sol chispeante

Vaqueiro...

Cavalo arreado
Com ele montado
Na garupa a corda
Animal estimado

Chapéu de carnaúba;
Muxinga e baeta
Rédeas na mão e
No seu cinturão
Repousa atento
Seu amigo, o facão

Águas barrentas,
Do rio, do lago e do igapó,
Preservada flora...
Ilha esquecida...
Desperta Marajó!

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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A casa de DALCÍDIO JURANDIR em Cachoeira do Arari


Em Janeiro de 2009, Cachoeira do Arari homenageou DALCÍDIO JURANDIR, pelo seu centenário de nascimento, com uma caminhada muito animada com cantorias com Ronaldo Silva, as crianças  com seus instrumentos rústicos e contando com a ajuda de muitas outras pessoas para chegar até a casa onde morou o maior romancista da Amazônia onde foi feita a homenagem final. Registrei minha presença na janela de Dalcídio, aliás eu e meu neto Bruno. Este ano na Semana Santa,estive em Cachoeira e pra meu espanto, da casa não restou nada além de mato, embora tenha sido tombada pelo Governo  do nosso Estado.

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