“A natureza está secando”: quilombo no Marajó vive impactos do arrozal e clima de violência

SEJAM TODOS BEM-VINDOS!

terça-feira, 31 de maio de 2011

Poeta Marajoara - ANTONIO JURACI SIQUEIRA

É marajoara de Cajary, município de Afuá. Lá descobriu a literatura nos folhetos de cordel e a trova nos "jogos de versos". Licenciado em Filosofia pela UFPa.,pertence à várias entidades litero-culturais e atua como professor de filosofia,oficineiro de literatura, performista e contador de histórias.Possui mais de 80 títulos individuais publicados entre folhetos de cordel, livros de poesias, contos, crônicas, literatura infantil, histórias humorísticas e versos picantes. Colabora com jornais, revistas e boletins culturais de Belém e de outras localidades, além de contar com mais de 200 premiações literárias em vários gêneros, de âmbito nacional e local.
(Do livro Rastro de Luz)


                 
MARÉ DE PONTA


Se o meu poema não ranger os dentes
nem te mostrar as garras,de que vale?


De que vale um poema ensaboado
cheirando a talco e água de colônia?


Para que um poema não-me-toques
metido abesta, e nariz empinado?


Poema tem que ser faca de ponta
zagaia, porantim, ferrão de arraia!


Poema pitiú com escama e lodo
armado de esporões e girassóis.


(Antonio Juraci em Marés - poemas de argila e sol)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

MENSAGEM - Pe.Marcelo Rossi

"Se me disseres que me amas,acreditarei.
Mas se escreveres que me amas,acreditarei ainda mais.
Se me falares da tua saudade,entenderei.
Mas se escreveres sobre ela,eu a sentirei junto contigo.
Se a tristeza vier a te consumir e me contares,eu saberei
Mas se a descreveres no papel,o seu peso será menor".
E assim são as palavras escritas:possuem algo especial;libertam,acalentam,invocam emoções.
Elas possuem a capacidade de em poucos minutos,cruzar mares,saltar montanhas,atravessar desertos intocáveis.
Muitas vezes,infelizmente,perde-se o autor,mas a mensagem sobrevive ao tempo,atravessando séculos e gerações.
Elas marcam um momento que será eternamente revivido por todos aqueles que as lerem.
Viva o amor com palavras faladas e escritas.
Sane as saudades,peça perdão,aproxime-se.
Recupere o tempo perdido,alegre alguém,ofereça um simples "bom dia"
Faça um carinho especial
Use a palavra a todo tempo,porque através da palavra você constrói um castelo e começa a habitá-lo.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

SOURE - município da ilha de Marajó

Praia do Pesqueiro


SOURE
Originária das tribos indígenas Maruanazes e Mundins, a região foi por longo tempo abastecedora de peixes e carnes para Belém.Inicialmente o vilarejo tinha nome de Monte-Forte, depois de Menino-Deus. É o maior município da Ilha do Marajó.
O nome Soure foi dado por colonizadores portugueses que identificaram uma enorme quantidade de jacarés, chamados por eles de Sauriuns.Com o tempo, o Vilarejo transformou-se em uma cidade com casas simples, ruas arborizadas.

Dicionário CABOCLÊS 2

Mano,praga chega brinca de pira....
Mano,pernilongo tem demais...


Égua,os matupiri tão vasquero esse ano!
Eras,os matupiris estão escassos esse ano!


Vigie só a tuíra da perna ...
Olhe só o ruço/cinzento da perna...


O cavalo tá com uma cuíra...
O cavalo está irrequieto...


Vi esse boi no campo tresontonte...
Ví esse boi no campo há três dias...


O casco vinha só de bubuia...
A canoa vinha só boiando....


Me apareceu uma dor em vorta da pá...
Me apareceu uma dor nas costas...


Agora só um cardote bem quente pra matá o frio...
Agora só um caldo quente para matar o frio...


Pur huje é só eu mi já vú.....inté mais
Por hoje é só,eu já vou.....até mais.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Salvaterra -município da Ilha do Marajó

Foto cedida gentilmente por Dário Pedrosa





Histórico 
           O município de Salvaterra, foi colonizado por volta do século XVIII, pelos frades jeusuítas
que instalaram a princípio na vila de Monsarás, a sede do município. Entre os povos que habitavam 
esta região na época, predominava os índios da tribo Sacaca descendente dos Aruans, grupo 
lingüistico indígena dos mais importantes no Brasil, que deixaram uma herança de grande obras de 
arte em cerâmica que se desenvolveu ao longo dos anos em toda a ilha do Marajó. 
           Quanto a vegetação predominam as palmeiras (coqueiros, najazeiros e açaizeiros), em muitas 
áreas da zona rural se conserva as matas de igapó,  as matas de várzeas, além de uma grande 
extensão de campos naturais. 
           Localizada a margem da Baia do Marajó, com rio Paracauarí, Salvaterra limita-se ao norte 
com o município de Soure, separando os dois municípios, o rio Parauarí. Ao nordeste a leste pela 
Baia do Marajó. Ao sul, sudeste e oeste, pelo município de Cachoeira do Arari, separando os dois 
municípios, o Rio Camará e Rio São Miguel. 



CAMPANHA CARIMBÓ PATRIMÔNIO CULTURAL BRASILEIRO

Movimento cultural e social nasceu no FEST RIMBÓ 2005 em Santarém Novo,festival de carimbó da Irmandade de São Benedito, que visa registrar o carimbó do Pará, como patrimônio cultural e imaterial brasileiro. Hoje a campanha é organizada por grupos, entidades e movimentos culturais de vários municípios paraenses,contando com o apoio do Ministério da Cultura, IPHAN, do governo do Estado através da SECULT, Fundação Curro Velho.  IAP, Rádio e TV Cultura, do SESC Pará  e outras instituições.


Música da Campanha: CARIMBÓ PATRIMÔNIO CULTURAL

Compositor: Mestre Rildo (Curuçá - Pa)


Ó virgem de Nazaré, padroeira do Pará
Pedimos a sua bênção e nada nos faltará
O nosso objetivo é mostrar nossa união
Pelo nosso carimbó que é a nossa tradição

REFRÃO
Ó Pará terra querida da Amazônia legal
Salve o nosso carimbó,patrimônio Cultural
Vamos levar nossa cultura, mostrar para o mundo inteiro
Carimbó é paraense patrimônio brasileiro!

*Agradecimentos a Neire, coordenadora do SANCARI,pela força.

CARIMBÓ PAU & CORDA

O Carimbó é a maior representação cultural do Pará,de acôrdo com as pesquisas,as contribuições das culturas indígenas, européias e africanas formaram as raizes desse rítmo.O grupo é formado com dois tambores que se chamam curimbó que na linguagem indígena significa pau oco: curi=pau mbó=oco,são de tamanhos diferentes para que se consiga contraste sonoro (agudo e grave),os tocadores sentados sobre os mesmos e usando as mãos,fazem soar o rítmo.enquanto os outros tocadores fazem uso de outros instrumentos obrigatórios como: ganzá, banjo, flauta, maracas, clarinete, saxofone, milheiro,clave de madeira(pauzinho),rufo. O uso varia de acôrdo com cada município da nossa região.A foto acima é do Grupo de Carimbó SANCARI


A dança do Carimbó
Os dançarinos apresentam-se descalços e em pares. As mulheres com saia  bem franzida e floridas,  blusa estilo bata com mangas curtas,  uma rosa no cabelo no lado esquerdo, colares e pulseiras coloridas de sementes regionais.
Os homens usam calça tipo pescador, bainha enrolada, camisa estampada com as pontas amarradas,usando ou não chapéu.  Na foto acima são os dançarinos do Grupo SANCARI.Agradecimentos à Neire,coordenadora do grupo Sancari,pela colaboração.

domingo, 22 de maio de 2011

Recebendo São Sebastião de Cachoeira do Arari (na casa do devoto)

A dona da casa recebe a imagem na entrada da casa e

conduz até o altar preparado com antecedencia

Em seguida os foliões colocam-se diante do altar para cantar a Folia de Chegada

Ao término da folia de chegada,os foliões abrem espaço para que os presentes tomem a bênção do Santo

Quando todas as pessoas  terminarem de tomar a bênção,começa a preparação para  a ladainha

Neste momento os foliões iniciam a Folia de entrada da Ladainha.Logo depois eles deixam os instrumentos e começam a Ladainha.Terminada a Ladainha cada um pega seu instrumento e cantam a Folia de agradecimento da Ladainha

Terminada a Folia de agradecimento da Ladainha,cada folião ajoelha-se diante do Santo e faz suas preces,começando pelo mestre sala





Assim que o ritual dos foliões termina,é a vez do dono da casa e todos os homens presentes reverenciarem o Santo



Logo em seguida é a vez de todas as mulheres presentes,encerrando com a dona da casa




Encerrada a Ladainha é servido o almoço,jantar ou café da manhã.para os foliões e convidados


Após a refeição os foliões cantam a Folia de Agradecimento da mesa

Depois de um intervalo, cantam a Folia de Despedida

Todos se despedem do Santo




Antes da saída da imagem,a dona da casa percorre as dependências da casa,conduzindo a imagem,como forma de pedir proteção para todos que ali moram,por fim ela leva a imagem até a porta e entrega a imagem ao folião encarregado.Está terminada a visita!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bandeira e Hino de Cachoeira do Arari


Letra: João Rodrigues Viana
Música: João Rodrigues Viana

É aqui neste berço de afeto
Da vibrante mocidade altaneira,
De amor o coração repleto
Como escudo o teu nome ó Cachoeira
Lutando com lealdade
Tendo na alma a hóstia azul do pensamento
Gloriosa mocidade!
Trago no peito a chama do desprendimento.
Refrão
Terra de amores
Onde o sol dardeja em cores
O esplendor primaveril
Sob o céu formoso
No cenário majestoso
Ecoa o nome do Brasil
Se na luta, envergamos couraça
Consciente do nosso dever
Não há nuvem de espessa fumaça
Que nos faça o teu nome arrefecer.
São de luzes nossas lutas
O progresso galgamos pela instrução
Abençoados sejam aqueles
Que se irmanam a nossa santa inspiração.


Fonte: Prefeitura Municipal de Cachoeira do Arari - PA

Cabocl@rtes - 4

Óleo s/tela 40x45 - Cerâmica Marajoara

Dicionário CABOCLÊS - 1

O filho do cumpadre a modo que tá empambado...
O filho do compadre parece anêmico...

Ela está mundiada.
Ela está enfeitiçada

Égua!Tô com uma murrinha daquelas....
Égua!Estou com uma preguiça daquelas....

Num ponho fé em ti
Não tenho confiança em ti

Tu é muito panema .
Tu és muito azarado

Teja a gusto!
Esteja à vontade!

Deixa de ser gabola...
Deixa de contar vantagem...


Inté mas vê......
Até mais ver......

sábado, 14 de maio de 2011

Cabocl@rtes - 3

Óleo s/tela 50x70 - releitura de paisagem que se encontra no Museu do Marajó

Reportagem de "O Liberal"


São Sebastião começa peregrinação pelo Pará
O dia de ontem foi marcante para os devotos de São Sebastião, padroeiro dos vaqueiros e fazendeiros, no Município de Cachoeira do Arari, no Arquipélago do Marajó: pelo décimo ano, a imagem original do santo foi conduzida em lancha desse município até Belém, em seis horas de viagem, começando a peregrinação religiosa pela Grande Belém e outros municípios próximos da capital paraense até junho. O cortejo dos fiéis foi marcado pela religiosidade e emoção de externar a devoção a outros paraenses. Na chegada a Belém, os devotos concentraram-se na área da Escadinha do Cais do Porto e desfilaram entoando cânticos pela Estação das Docas, antes de seguir para a casa de uma devota na avenida Djalma Dutra, onde permanece a imagem do santo.
A Festividade de São Sebastião acontece em janeiro - o dia em homenagem ao santo é 20 de janeiro -, mas é em maio que ocorre a peregrinação da imagem pelos municípios e localidades. "A festividade se confunde com a história de Cachoeira do Arari, que era uma vila em 1747, e foi emancipada a município em 1833, e essa imagem que vem de barco para Belém é de madeira, feira no Marajó, e segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) remonta ao século 18", afirmou Alberto Leão, integrante da coordenação da peregrinação, que reuniu 120 pessoas até a chegada a Belém.
Os foliões (tocadores de viola, violão e triângulo, porta-bandeiras do santo e pessoas se revezando no transporte da imagem), saíram de Cachoeira por volta das 11 horas na lancha "São Sebastião", cedida pela prefeitura do município, e chegaram ao Porto de Belém no final da tarde. "Eu tenho o maior orgulho de fazer parte desse cortejo", afirmou o vaqueiro e violeiro Procópio Vieira, 62 anos. A imagem do santo fica em Belém até 12 de junho, mas vai peregrinar nesse período por Ananindeua, Marituba, Santa Izabel, Moju, Colaes e Barcarena. Em julho, volta para Cachoeira e peregrina pelas fazendas e localidades em nove municípios, retornando em 9 de janeiro para o começo da festividade, patrimônio cultural paraense e em processo de estudo pelo Iphan para ser patrimônio imaterial da cultura brasileira.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Imagem peregrina de São Sebastião de Cachoeira do Arari

A Ti Santo hoje damos louvores
Glorioso São Sebastião
Que da morte venceste os horrores
Fez a glória reinar em Sião
Protetor desta terra querida
Livrai-nos dos flagelos mortais
Dai-nos a paz e puras santas idas
Para a glória gozar imortal
Tres batalhas sangrentas venceste
Glorioso São Sebastião
Tres triunfos que tu mereceste
Fez a glória reinar em Sião.
(Hino de São Sebastião)

A bandeira do Santo

Corramos à sombra da grande bandeira
Da cruz altaneira que deu-nos valor......(hino Vitória)

O Santo com suas bandeiras

A imagem peregrina pelas ruas de Belém

O cortejo com o Santo,pela orla da Estação das Docas

Vitória aos que lutam!Vitória aos que sabem
Erguer estandarte a voz do Senhor
Que raiam os montes,em fúria desabem
Aos filhos do eterno não causam terror.....(Hino Vitória)

Os foliões louvando o Glorioso

Abriu-se as portas do céu,apareceu a luz divina,apareceu o padroeiro,veio ouvir sua ladainha!

Grupo de Carimbó SANCARI

Homenageando São Sebastião

O Santo peregrino desembarca e é recebido com fogos e muito carimbó

Os devotos se aproximam e querem tocar na imagem...

A lancha chegando na escadinha.

O Glorioso  chegando com sua bandeira voando...

terça-feira, 10 de maio de 2011

São Sebastião,o Glorioso! de Cachoeira do Arari

Chega em Belém, nesta quarta-feira dia 11 de maio de 2011,na escadinha às 18:00hs para mais uma vez dar início, a peregrinação o Glorioso São Sebastião de Cachoeira do Arari.O Santo visitará os devotos em suas residências até o dia 11 do próximo mês.O encerramento da visita será com uma festa de confraternização pelos 10 anos de peregrinação na Capital.A festa será na TUNA LUSO à partir das 10:00hs,haverá venda de comidas típicas de Cachoeira do Arari.Vamos lá!!!
Um pouco da história:A Comissão Peregrina de São Sebastião de Cachoeira do Arari é uma tradição secular que foi deixada nos campos do Marajó pelos padres Jesuitas.Essa prática era uma forma de catequizar os habitantes das regiões distantes da cidade sede;assim difundia-se o cristianismo e ensinavam os principais rituais e cultos do cristianismo.
É importante destacar que ainda hoje este ritual é praticado nos campos do Marajó,é a única forma existente de catequese para a população das localidades distantes,sendo que o momento da chegada de São Sebastião nas fazendas,povoados,retiros,etc..,se torna ocasião propícia para festejar aquele dia, por isso as pessoas ficam satisfeitas com a oportunidade de poder louvar a Deus e agradecer a São Sebastião pelas graças alcançadas.Percebe-se que neste momento,a devoção do povo ao Glorioso Santo,que é capáz de enfrentar todas as dificuldades pra estar presente em Cachoeira do Arari,na festa do Santo,no dia 20 de Janeiro de cada ano.
A peregrinação em Belém é uma extenção da que acontece nos campos do Marajó,sendo uma oportunidade muito feliz para aqueles marajoaras e devotos que vieram para a capital e não podem ou não tem oportunidade de voltar a sua terra natal.